Qual seria o limite suportado pela natureza, para reposição dos recursos naturais que são utilizados por diferentes sistemas produtivos, nos diversos setores econômicos? A resposta pode significar um importante passo para um desenvolvimento econômico, que respeita as limitações da natureza e que deve ser buscado por governos, empresários e sociedade.
Para Jacobi (2006), nos últimos anos houve alguns avanços na forma de pensar e agir, porém, o grande desafio é influenciar e modificar o pensamento das pessoas em relação ao consumo. O autor acredita que esse desafio será vencido quando houver mudança na concepção das políticas públicas, possibilitando o desenvolvimento de conceitos e estratégias de desenvolvimento que promovam a efetiva de práticas pautadas pelo desperdício, pela superação de um paradigma que nos coloca cada vez mais em uma encruzilhada – quanto à capacidade de suporte do planeta – e da habilidade da sociedade na busca por um equilíbrio entre o que se considera ecologicamente necessário, socialmente desejável e politicamente atingível (ou possível).
Afora a mudança de concepção, existem algumas divergências em torno da sustentabilidade que tornam a temática ainda mais complexa: o que deve ser sustentado? O que deve ser desenvolvido? Quais os tipos de relação que prevalece entre o sustentado e o desenvolvido? Qual o espaço temporal a ser considerado? Todos esses questionamentos devem ser respondidos de forma a assegurar e manter o crescimento econômico e o desenvolvimento respeitando os limites estabelecidos pela natureza (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1999).
Jara (2001) chama atenção para as peculiaridades encontradas nos diversos países, uma vez que as carências e necessidades de uma sociedade variam bastante, e as ações de sustentabilidade válidas para um país, podem não valer para outro. Já Ruthes e Nascimento (2006) atribuem a falta de equilíbrio entre o crescimento econômico, equidade social e conservação do meio ambiente como uma das dificuldades para promoção do desenvolvimento sustentável.
Obter um equilíbrio entre as diversas óticas – ambiental, cultural, demográfica, econômica, institucional, política e social – de forma que o desenvolvimento ocorra equitativamente e sem exclusão, exige um esforço multidisciplinar e a colaboração de todos os atores envolvidos, no sentido de contribuir para que esse sistema de alta complexidade evolua.
Nesse contexto, surge a necessidade de se trabalhar com indicadores de sustentabilidade que permitam contribuir para a superação dos desafios decorrentes da viabilização do desenvolvimento sustentável, a partir de uma metodologia que retrate a realidade, forneça subsídios e informações, e que favoreça a obtenção de resultados sustentáveis.